O seminário "Fronteiras, circulação, interculturalidade e interações humano-ambientais" está recomeçando. Para marcar a ocasião, Olivier Givre, professor especializado nos Bálcãs Orientais, dará uma palestra na sexta-feira, 10 de dezembro, das 18h às 20h, na sala F108, sobre "O significado das fronteiras. Exemplos dos Bálcãs".
À Em um momento em que as crises migratórias estão remodelando as relações internacionais, esta apresentação analisa as diferentes formas, concepções e práticas de fronteiras e limites nos Bálcãs, uma região da Europa marcada por uma sucessão de diferentes regimes de fronteiras. Esses regimes podem se referir a fronteiras nacionais no sentido clássico (frentes e demarcações entre estados com o objetivo de fazer com que a nação e o território coincidam), fronteiras ideológicas (a Cortina de Ferro como um marcador de antagonismo entre dois blocos) ou fronteiras atuais entre grupos transnacionais (por exemplo, a União Europeia e seus vizinhos).
Com base em estudos de caso da Bulgária, da Grécia e da Turquia, vou me concentrar nas noções de palimpsesto de fronteira e memória (trans)fronteiriça, bem como nas experiências concretas da fronteira e das fronteiras como sinal, patrimônio, recurso ou crise. Entre essas abordagens, destacarei uma dimensão que tem recebido pouca atenção: o sensível e o sensorial, ou seja, a fronteira percebida e sentida. Por fim, esta apresentação oferecerá uma oportunidade de discutir as relações complexas, frequentemente observadas na antropologia, entre fronteiras políticas marcadas espacialmente com base na soberania e fronteiras simbólicas mais flexíveis baseadas em diferentes marcadores culturais, linguísticos ou religiosos.
Professor da Université Lumière Lyon2 e pesquisador da UMR EVS (Environnement, Ville, Société, CNRS 5600), Olivier Givre é especialista nos Bálcãs Orientais (Bulgária, Grécia, Turquia), onde trabalhou com recomposições rituais e religiosas, processos de memória e patrimônio, dinâmicas fronteiriças e territoriais e relações humanas e não humanas a partir de uma perspectiva ecológica. Seu trabalho atual se concentra nos campos da antropologia sensorial e da criação de pesquisas, bem como na implementação de parcerias inovadoras de ensino superior e treinamento em pesquisa.