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"E a ponte criou a fronteira". O movimento de crianças brasileiras em idade escolar entre as margens do rio Oyapock

Por 07/11/2022#!30ter, 18 jun 2024 14:05:48 -0300-03:004830#30ter, 18 jun 2024 14:05:48 -0300-03:00-2America/Cayenne3030America/Cayenne202430 18pm30pm-30ter, 18 jun 2024 14:05:48 -0300-03:002America/Cayenne3030America/Cayenne2024302024ter, 18 jun 2024 14:05:48 -0300052056pmterça-feira=448#!30ter, 18 Jun 2024 14:05:48 -0300-03:00America/Cayenne6#junho 18th, 2024#!30ter, 18 Jun 2024 14:05:48 -0300-03:004830#/30ter, 18 Jun 2024 14:05:48 -0300-03:00-2America/Cayenne3030America/Cayenne202430#!30ter, 18 Jun 2024 14:05:48 -0300-03:00America/Cayenne6#- LEEISA, - MINEA3 leitura mínima

Como parte do seminário "Fronteiras, circulação, interculturalidade e interações homem-ambiente", o DFR LSH, em colaboração com os laboratórios LEEISA e MINEA, está organizando uma conferência intitulada "E a ponte criou a fronteira. O movimento de crianças brasileiras em idade escolar entre as margens do Oyapock". Ela será apresentada por Silvia Lopes da Silva Macedo, professora sênior de Ciências da Educação no INSPE, UPEC/CIRCEFT-ESCOL, na sexta-feira, 2 de dezembro de 2022, das 18h às 20h, na sala F108.

T odos os dias, quase 200 crianças cruzam a fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa de canoa para ir à escola. Cidadãos brasileiros que vivem na cidade de Oiapoque, eles viajam diariamente por essa "área de captação". Falam português, mas também palikur e kréol, entre outros idiomas, e sua escolaridade é em francês, nas escolas de Saint Georges.

Para que eles possam se matricular na escola e atravessar o rio da fronteira diariamente, foi criado um próspero mercado de serviços nas cidades de Oiapoque e Saint Georges para fornecer transporte, cuidados infantis, refeições na hora do almoço e apoio escolar.

A movimentação dessa população escolar, assim como a dos professores franceses que vivem no lado brasileiro da fronteira, nos permite refletir sobre as formas de ocupação e as estratégias das populações nessas áreas de fronteira. Como as famílias se deslocam? Por que optam por mandar seus filhos para escolas francesas? E o que os professores pensam sobre esse movimento?

Enquanto a cidade de Saint Georges de l'Oyapock deixou de ser "sem litoral" com o asfaltamento da estrada N2 e a construção da ponte binacional, a cidade de Oiapoque ainda é periférica em relação aos centros econômicos e de poder brasileiros (uma situação que certamente mudará com o estabelecimento da empresa petrolífera Petrobras em Oiapoque). Esse status periférico - embora relativo - contribuiu para a construção dessa "área de captação", um espaço onde a fronteira desaparece sob os vínculos criados pelas redes de parentesco e pelo movimento histórico de pessoas entre as duas margens.

Curiosamente, a fronteira entre os dois países reapareceu com a construção da ponte binacional - uma estrutura projetada para unir e catalisar a colaboração entre o Brasil e a Guiana. O controle e a burocratização do tráfego tornaram-se mais frequentes, fazendo com que essa linha de fronteira entre as cidades, seus cidadãos e países (re)aparecesse. "A ponte criou a fronteira", disse um pai em uma entrevista.

Este artigo explorará essa zona de fronteira do ponto de vista do tráfego escolar. Procuraremos entender as razões, as estratégias e o desenvolvimento histórico desse movimento através de uma fronteira que desaparece e reaparece ciclicamente ao longo do tempo.

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