A unidade de pesquisa do MINEA o convida para uma conferência sobre os efeitos da migração nas famílias e nos adolescentes. Organizada por Sébastien Chapellon, ela será realizada em 19 de dezembro de 2024, às 18h30, na Universidade da Guiana.
A migração como um rito de passagem
Em algumas trajetórias migratórias, deixar o país de origem marca uma passagem decisiva, comparável a um rito de passagem. Para os adolescentes, essa mudança pode simbolizar o fim da infância e a entrada em um novo mundo. Este seminário analisará como a migração, ao romper os pontos de referência culturais e familiares, pode alterar os relacionamentos dentro do grupo familiar.
De rupturas silenciosas a conflitos visíveis
As diferenças culturais entre o país de origem dos pais e o país anfitrião podem causar rupturas invisíveis no relacionamento entre pais e filhos. Essas tensões geralmente se tornam mais perceptíveis na puberdade, quando as crianças se adaptam a um mundo que seus pais nem sempre entendem. Serão examinadas situações clínicas, em especial as de jovens enviados à força para o país de origem dos pais, na esperança de que cresçam "melhor" lá. Esses casos ilustrarão os mal-entendidos mútuos e os sentimentos de estranheza que podem surgir nas famílias.
Imaginação familiar em face da migração
Usando exemplos extraídos de vinhetas clínicas, o palestrante mostrará como a migração afeta a imaginação familiar. Os pais, muitas vezes ainda apegados ao passado em seu país de origem, lutam para se projetar em sua nova realidade. Enquanto isso, os filhos estão se integrando em uma sociedade diferente, às vezes criando uma lacuna emocional e cultural entre as gerações. Essa lacuna pode levar a conflitos, alimentados por sentimentos de isolamento e incompreensão mútua.
O papel dos profissionais: desafios e posições
Esta conferência também examinará o papel dos profissionais no apoio a essas famílias. Como eles podem intervir quando se deparam com a dinâmica familiar enfraquecida pela migração? Que obstáculos eles encontram, especialmente quando eles próprios são vistos como estrangeiros? A conferência analisará como atender às necessidades dessas famílias e, ao mesmo tempo, superar qualquer resistência.
Sobre o palestrante
Sébastien Chapellon é professor de psicologia na Universidade da Guiana, onde trabalha na unidade de pesquisa do MINEA. Especialista em questões relacionadas à adolescência e à migração, ele é autor de vários artigos e capítulos de livros, incluindo :
- Parents étrangers/étranges parents, em Pluralité des adolescences (2024);
- Cruzando uma fronteira na adolescência, em Adolescence (2020) ;
- Amok (2016) é uma alegoria da mudança de identidades causada pela migração.
Informações práticas:
- Data: quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
- Horário: 18h30
- Local: Amphi A, Universidade da Guiana