Os laboratórios MINEA e LEEISA estão organizando uma conferência como parte do seminário "Borders, Circulations, Interculturalities and Human-Milieu Interactions". Ela será ministrada por Nathanaël T. Niambi, da Université Marien Ngouabi, em Brazzaville (República do Congo), e terá como foco: "Globalização com um toque chinês na África: as Novas Rotas da Seda". O evento será realizado na quarta-feira, 23 de fevereiro, das 16 às 18 horas, na sala E 115, e será transmitido por vídeo via zoom.
L maioria dos territórios africanos sob domínio colonial conquistou a independência na segunda metade do século XX. Essa independência se transformou gradualmente em interdependência no decorrer do século XXI. A comunidade internacional se tornou uma aldeia global onde as fronteiras parecem não ter mais importância. Esse fenômeno, que interconectou nações ao longo dos anos e permite a livre circulação de pessoas e mercadorias, é conhecido como globalização. Esse é o contexto das Novas Estradas da Seda, um projeto chinês titânico cuja ambição é aproximar a República Popular da China (RPC) do resto do mundo, ignorando as fronteiras terrestres e marítimas. O objetivo é intensificar o comércio internacional entre os continentes da Ásia, Europa e África.
Oficialmente, é isso que as autoridades chinesas afirmam, mas, extraoficialmente, essa iniciativa, que custará US$ 1.000 bilhões para ser investida até 2049, está longe de ser uma bênção disfarçada para todos os países envolvidos ou atravessados por essas novas Rotas da Seda. É por isso que falaremos sobre esse assunto neste seminário sobre fronteiras. Em primeiro lugar, apresentaremos esse projeto chinês, que data de 2013, mas que continua sendo amplamente desconhecido do público em geral. Em seguida, refletiremos sobre as vantagens e desvantagens geopolíticas e socioeconômicas de tal empreendimento em relação à África. Por fim, essa abordagem nos permitirá, sem dúvida, redefinir nossa percepção das fronteiras no mundo de hoje, especialmente em um momento de crise de saúde ligada à Covid-19.