Para comemorar o 30º aniversário da base naval da Guiana, a Universidade da Guiana participou de uma conferência fascinante sobre o papel das florestas da Guiana na história da construção naval.
Organizada por iniciativa do capitão Nicolas AMBROSI, comandante da base, a conferência foi realizada em 29 de novembro com o tema "Navegando pela história: a madeira e a marinha na Guiana Francesa". Ela fez parte do programa Trinôme académique, que reúne a autoridade educacional, as autoridades militares e a associação regional de auditores do Institut des Hautes Études de Défense Nationale (IHEDN), representada por seu presidente Christian MOUTON. O objetivo? Explorar as tentativas feitas nos séculos XVIII e XIX para utilizar as florestas da Guiana na construção de navios de guerra.
Destacando a riqueza das florestas da Guiana para o benefício da marinha
O objetivo dessa conferência interdisciplinar foi reunir especialistas de várias disciplinas para analisar as tentativas feitas nos séculos XVIII e XIX de usar a madeira da floresta da Guiana para construir embarcações navais, que já dependiam em grande parte das florestas de carvalho europeu da França. Nicola TODOROV começou traçando as principais etapas da exploração das florestas para esse fim e explicou como os engenheiros da marinha realizaram testes para medir a dureza, a elasticidade e a densidade (densidade) da madeira das diferentes espécies. Entusiasmados, os engenheiros colocaram a madeira de Angelica no topo de sua classificação. Em 1846, a marinha abandonou os planos de usar a madeira da Guiana. Com a situação geopolítica menos urgente, os arsenais franceses se contentaram em explorar as florestas da França continental. E quando a situação geopolítica mudou, durante a corrida armamentista naval que precedeu a Primeira Guerra Mundial, a madeira perdeu seu status de recurso estratégico para as marinhas. Os navios de guerra agora eram construídos em aço.
Medição das qualidades mecânicas e da durabilidade atualmente
Théophile MEHINTO, doutor em física mecânica e professor-pesquisador do Wood Science Laboratory em Kourou, explicou que os nomes usados pelos engenheiros navais, como Wapa, correspondiam a três espécies diferentes do gênero Eperua: Eperua Falcata, Eperua rubiginosa e Eperua grandiflora. Ele também ensinou aos ouvintes por que um dos nomes vernaculares da Eperua falcata é Oily Wapa.
Com um senso agudo de pedagogia e o hábito da mediação científica, ele detalhou como os pesquisadores medem hoje a dureza, a flexibilidade, a elasticidade e a durabilidade de diferentes tipos de madeira, mostrando assim os limites dos testes realizados no século XIX. Ele também mostrou que a elasticidade das espécies de madeira não era única, mas dependia da direção das fibras. Ele também enfatizou as diferenças nas qualidades mecânicas e na durabilidade dentro da mesma espécie, o que pode explicar algumas das decepções experimentadas pelos engenheiros no passado.
A grande variedade de usos da madeira na Guiana Francesa
Mabiane BATISTA FRANÇAA, doutora em geografia e engenheira florestal, apresentou exemplos de árvores e como sua madeira é utilizada atualmente, mostrando a grande variedade de usos da madeira na Guiana Francesa.
Uma conferência animada
Durante toda a conferência, o público pôde manusear as pequenas amostras de madeira que os palestrantes distribuíram entre os presentes e, no final, puderam admirar peças da coleção de xilotecas do laboratório de ciência da madeira, emprestadas por seu diretor Romain LEHNENBACH. Isso deu ao público uma ideia muito concreta do peso das diferentes peças e das cores, às vezes explicando o nome vernacular da espécie. Eles também puderam ver por que a Goupi (Goupia glabra) também é conhecida como "madeira de cocô" ou Wapa "oleosa".
Ouvintes entusiasmados
Em seu discurso de encerramento, o Comandante em Chefe das Forças Armadas da Guiana Francesa, General Marc LE BOUIL, enfatizou a necessidade de manter o espírito de defesa em um mundo onde os conflitos estão se multiplicando. Nicolas AMBROSI, comandante da base naval, agradeceu ao público pela profundidade de suas observações e pela experiência e paixão dos palestrantes da UG, que os conquistaram com entusiasmo. As discussões continuaram durante um agradável coquetel de recepção.